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Os algoritmos e a Caixa de Pandora do Século XXI

  • Foto do escritor: Vinicius Cabral
    Vinicius Cabral
  • 2 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

Mas, que pessoa "BURRA"!

Epa! péra aí...vamos conversar a respeito!

Segundo a Mitologia Grega,

Prometeu, um dos Titãs, teria presenteado os homens com o fogo para que dominassem a natureza.

Zeus, o chefe dos deuses do Olimpo, que havia proibido a entrega desse dom à humanidade, planejou sua vingança criando Pandora, a primeira mulher.

Antes de enviá-la à Terra, entregou-lhe uma caixa, recomendando que ela jamais fosse aberta, pois dentro dela, havia todo o arsenal de desgraças para a humanidade como a discórdia e a guerra. Assim como também, as doenças do corpo e da mente. Porém, havia um único dom: a esperança.

Vencida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa e liberando todos os males no mundo, mas a fechou antes que a esperança pudesse sair.

E assim foi aberta a caixa de maldades para a humanidade...

E o que tem isso a ver com a frase inicial desse post?

Ora, quem já não ouviu recentemente, a frase:

"Mas, que pessoa burra! Será que ele(a) não percebe que a "tal coisa" não é assim"? Todos nós, não é verdade?

Pode ser até que essa "pessoa" em questão seja esse que lhes escreve nesse momento.

Mas, não nos preocupemos com isso , em princípio. Mas, só em princípio, viu? Vamos explorar um pouco mais essa situação.

Grande parte dos cidadãos virtuais - ou se preferir, internautas - usuário das redes sociais, ainda não compreendeu que a sua presença "democrática" na Internet, pouco ou nada tem de verdadeiramente democrática.

Cada click dado, por "livre e espontânea vontade", cada palavra digitada, cada foto postada ou mensagens compartilhadas está sendo criteriosamente armazenado, depurado, analisado e direcionado para atender a interesses específicos e muito bem planejados.

Fornecedores de conteúdo coletam cada click dado e utilizam essas decisões em poderosos bancos de dados, que em seguida retornarão com prêmios em forma de produtos, aplicativos gratuitos, notícias, tendências e até mesmo cupons para descontos em compra de comidas prontas ou lazer.

Baseado naquilo que é fornecido voluntariamente por você, através das suas opiniões nos sites que visita, nos produtos que "dá só uma olhadinha no preço", na sua idade, localização, expressão facial, hábitos de consumo e outras coisinhas "sem importância" que faz nas redes sociais, você estará informando para essas "máquinas inteligentes" qual o seu perfil psicológico, de consumo e todas as demais características pessoais que carrega, que serão analisados por uma rede de interesses dos mais variados setores.

Quer fazer um teste e verificar se estou mentindo?

É simples! Basta visitar um site do tipo "Mercado Livre" e pesquisar qualquer produto: uma geladeira, por exemplo. Em seguida, abra qualquer aplicativo das redes sociais e verá que esse produto estará sendo ofertado para você, pelos mais variados aplicativos e magazines virtuais.

Assim também acontece com as suas visitas e posts ideológicos e políticos. Cada vez que você curte algo na rede, essa sua curtida representará a linha ideológica a qual você se identifica e com isso, possibilitará um bombardeio de informações - verdadeiras ou Fake news - em concordância ou discordância com as suas ideias, despertando em você ainda mais "tentação" em participar de discussões... e cada vez coletando mais dados seus, através das suas postagens.

Nesse sentido, aquilo que você acredita será sempre reforçado e dificilmente receberá algo que possa trazer reflexões contrárias.

Não sei se até aqui já deu pra perceber, mas, trago essa triste notícia: você está sendo manipulado(a), embora acredite piamente, estar se informando acerca do que se passa no Brasil e no mundo.

Eis aí, a fábrica do ódio, da desinformação e da ignorância generalizada que graça atualmente nas redes sociais: A imensa caixa de Pandora do século XXI, ou seja os algoritmos que ditam os ritmos da sua pseudo-inteligência contemporânea.

E agora, voltando à "burrice" das pessoas, nem sempre esse termo estará condizente com a realidade. Algumas pessoas "bem informadas" poderão estar repetindo tolices apenas pelo fato de estarem recebendo "informações seguras" geradas por sites de conteúdo duvidoso e que se fortalecem por uma série de algoritmos que reforçam tal ideia... e assim, sendo enganadas.

É óbvio que, de igual maneira, o aspecto de caráter pessoal irá influenciar os sentimentos que serão gerados a partir dessas des-informações. Também as atitudes daí resultantes estarão reforçadas por aquilo que cada um traz dentro de si.

Sendo assim, a sugestão é: usar critério em tudo o que ler ou escrever nas redes sociais. Verificar fontes, seguidores, biografias de quem gera opiniões na rede e números oficiais de agências oficiais. E o mais importante de tudo... questionar sempre! Analisar intenções por trás de "noticías", pensar, refletir.

Eu, da minha parte, fico sempre aqui pensando... só pensando!

Vinicius Cabral Mestre e Especialista em Gestão Integrada do Território Jornalista e Produtor Cultural


 
 
 

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