Narcotráfico: você tá mais envolvido do que pensa
- Vinicius Cabral
- 22 de nov. de 2019
- 3 min de leitura
Mas, que droga de conversa é essa, Vinícius?
Ha, ha,ha! gostei do trocadilho! Bom, deixe-me primeiro, definir o que quero dizer: narcotráfico é o comércio ilegal de drogas tóxicas (ou narcóticos) em grandes quantidades. O processo que começa com o cultivo das substâncias, segue com a produção e finaliza com a distribuição e venda. Costuma ser realizado por diversos cartéis especializados.
- Tá bom! Mas, o que EU tenho a ver com isso?
Bem, o narcotraficante é um sujeito que atua à margem da lei, dentro da sociedade. Não se importa com o que acontece adiante, a partir da colocação da sua mercadoria no mercado, ou quais as consequências individuais e coletivas isso poderá trazer. O que importa pra ele é o seu lucro pessoal. Não obstante a sua falta de preocupação com tais consequências, essas aparecerão em curto, médio ou longo prazo. Irão produzir dependentes químicos e psicológicos, indivíduos, que poderão estar bem próximos de mim ou de você. Pessoas que comprometem em primeiro lugar a própria saúde e, num segundo momento, suas relações pessoais, familiares e sociais, abalando-as pouco a pouco. Mas, as consequências não param por aí. Com o passar do tempo, também o sistema de saúde pública será envolvido nesse processo, tendo em vista as enfermidades decorrentes, o que acarretará ônus para toda a sociedade. Haverá entre esses indivíduos aqueles que se envolverão em complicações financeiras, endividando-se para cobrirem o oneroso vício. Alguns chegarão a cometer pequenos furtos ou assaltos para conseguirem tais recursos, o que tornará mais onerosa a segurança pública, a pessoal, residencial e toda a rede de convivência social.
- Tá bom! Mas isso todo mundo já sabe. Até aqui não me acrescentou nada de novo!
Pois bem! Chegamos ao ponto: o novo.
Temos agora, um novo tipo de droga, criada há pouco tempo e que tem sido traficada ampla e igualmente, de forma ilícita... Talvez, até você seja um "traficante virtual" e não tenha ainda, se dado conta disso. - Como assim?
Trata-se de uma droga chamada “Fake News”. Ela é composta de notícias ou boatos inverídicos ou distorcidos, que tendem a desqualificar, ridicularizar, constranger ou até mesmo, incriminar coisas, pessoas ou instituições, prejudicando-as ao longo do processo, em favor de alguém ou de alguma causa.
Assim como a outra, essa também poderia ser considerada "droga ilícita" por apresentar todos as características dessas e também causar dependência. Envolve, além disso, o componente da ilicitude - as Fake news já são criminalizadas.
E como toda droga ilícita, sua manipulação e distribuição também são feitas às escondidas, de forma clandestina e à margem da lei. Além disso, ninguém, em sã consciência, irá admitir que gerou, propagou ou beneficiou-se intencionalmente com uma mentira que poderia prejudicar a outrem. Seria antiético, imoral, indigno e sujeito às sanções da lei.
Essa nova droga surge, quase sempre, em criadouros clandestinos, à margem dos processos civilizatórios e democráticos. Nem sempre é distribuída por quem a criou, mas sim, colocada numa rede de contatos de interesses afins, que se encarrega de fazê-lo de forma voluntária ou não. Tem como objetivo, repito, atender a alguém ou a alguma ideologia, sendo muitas vezes, capaz de abalar reputações e desestabilizar corporações ou governos.
- Mas, isso gera dependência?
Sem dúvida! O lucro gerado por elas pode ser milionário, somando-se a isso a satisfação pessoal pelo fim alcançado. É um tráfico ilícito de elementos de natureza psicossocial pois, os consumidores dessa droga se mantém "ligados" na expectativa de receberem a "próxima dose" do mesmo assunto e se comprazem com os seus desdobramentos, retroalimentando-se mutuamente.
Percebeu agora, como ambas podem ser consideradas drogas ilícitas?
Pois bem! Consciente agora, desse “Fake-tráfico”, ao qual qualquer um de nós está sujeito a ser participante voluntário ou não, consciente ou não, deixemos aqui um alerta: liberte-se!
Se não dá conta de fazê-lo por si só, procure ajuda, procure um grupo de F.A. (Fake-ólatras Anônimos) ou crie o um, com conversas de elevado nível cultural. Delete seus aplicativo de rede social. Dê a si mesmo um período de abstinência e... cuide-se!
- E pra esse novo caso de tráfico virtual, já existe alguma forma de proteção social? Tem como saber se é droga ou não?
A resposta é sim, existe! E se chama leitura, instrução, pesquisa. Elas produzem anti corpos intelectuais contra a ignorância e fortalecem o organismo mental para evitar crises de compartilhamento compulsivo e divulgação de falsas “novidades” à primeira leitura.
Pense nisso! E aja !
Porque eu, da minha parte, tô aqui pensando... só pensando!
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