top of page

Da janela do oitavo andar

  • Foto do escritor: Vinicius Cabral
    Vinicius Cabral
  • 2 de nov. de 2019
  • 1 min de leitura

Lá embaixo a vida passa. No silêncio da madrugada, sem o barulho dos carros, a cidade deixa perceber o humano, que (ainda) pulsa, embora fraco, como um último suspiro.

Lá embaixo, o posto de combustíveis. A bandeira? Nem sei! Talvez mais uma filial desses estrangeiros que aqui se firmaram. Incrustado entre edifícios, sua frente o deixa como uma “concha acústica”, que facilita a propagação dos sons de tudo que ali se passa. Lá embaixo, da minha janela, apenas o silêncio da madrugada. O frentista canta, conversa, assovia.

Na madrugada vira caixa, gerente, até vigia. Lá embaixo, na madrugada, só não se vira patrão,

porque esse atrevimento,

nem a magia do silêncio solitário é capaz de mudar. Ouço quando grita, na conversa com o vigia da loja ao lado.

Varre uma calçada, Espanta um cão vadio...

Tudo o que faz lá embaixo, sobe ao ar, nos sons da minha imaginação.

Lá embaixo o som da cidade grande, Que dorme acordada

e adentra a madrugada. Nos sons noturnos ainda remanescentes Nos roucos sons de alguns poucos viventes Que a minha insônia contempla Até o amanhecer... Da janela do oitavo andar

Vinicius Cabral

Mestre e Especialista em Gestão Integrada do Território

Jornalista e Produtor Cultural


 
 
 

Komentáře


© 2019 - Criado e alimentado em conteúdo por Vinicius Cabral

  • Facebook ícone social
  • Instagram
  • YouTube ícone social
bottom of page